domingo, 15 de junho de 2008

AS FÉRIAS NO BRITO

No meu tempo de menino as aulas começavam em março, paravam no final de junho e retornavam no início de agosto. No final de novembro os bons alunos já estavam de férias e havia apenas a recuperação final realizada antes do natal. As férias do meio do ano por serem mais curtas eram utilizadas pela minha família para realizarmos passeios enquanto a do final do ano podíamos ir passar muitos dias nas casas dos tios. Quando nossos primos vindos de Belo Horizonte chegavam a Campo do Brito era hora de se mudar pra casa do meu avô paterno. Naquela tranqüila cidade nos juntávamos aos filhos do tio Buia e da tia Oscarina para aprontar. Uma das brincadeiras favoritas era subir na pitombeira que existia atrás da loja do meu avô e depois pular de cima dos fardos de tecidos. Quando tia Toinha descobria a brincadeira perigosa colocava todo mundo de castigo e tínhamos que ir procurar outro divertimento. Às vezes era visitar um antigo tanque na entrada da cidade, outras era ir brincar no parque que ficava ao lado da igreja matriz. Foi numa desses dias quando eu metido a macaco como sempre resolvi andar na escada usando apenas as pernas para me segurar, despenquei e abri os lábios no chão. Depois do chororô e dos pontos feitos por minha tia América, recebi de consolo algumas balas do altar de Cosme e Damião que ela possuía. Saudade mesmo era do colo da minha avó Maria e ainda hoje quando visito aquela velha casa sinto sua presença cheia de amor.

Um comentário:

Thiago Fonseca disse...

Essa história de pular nos tecidos você já me contou!

:)