Histórias de assombrações povoaram minha infância e essa eu costumava ouvir na casa do meu avô materno. À noite grupos de cavaleiros assombrados andavam trotando pelas ruas da cidade. As pessoas temiam e não ousavam abrir portas e janelas quando altas horas da noite eles passavam conversando e aboiando. Os tempos se modernizaram e os seres fantásticos cederam lugar ao consumismo exagerado. O medo dos dias atuais está ligado à violência urbana, as drogas e a marginalização. Passados todos esses anos, por algum tempo residi na Rua Cel. Souza Freire bem em frente ao beco da banda de música, quando certa noite assistia televisão e ouvi o barulho de cavalos. Sem imaginar do que se tratava fui até a janela do quarto que ficava no primeiro andar da casa. O silêncio reinava na cidade, nenhuma marca da passagem da trupe, ninguém circulava pela rua, só o cheiro do café sendo torrado trazido pela névoa da noite fazia alguma diferença. Alguns dias quando almoçava na casa do meu pai, sua cunhada Luzia comentou da passagem dos cavaleiros e de sua aventura em tentar encará-los quando corajosamente foi até o cruzamento da rua onde mora, mas não viu, nem ouviu mais nada. Foi então que lembrei do acontecido e das histórias contadas na casa do meu avô. Todos os presentes também contaram suas experiências ou fatos relatados pelos mais velhos. Engraçado que pouca gente sabe desse tipo de assombração, mas felizmente não fiquei sozinho nessa história.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
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