Algo interessante começa a acontecer quando nos distanciamos da juventude. Os odores e sabores da infância vão ficando cada vez mais imperceptíveis e, a cada reencontro nos enchemos de uma melancolia gostosa. Sabe aquele cheiro da nossa casa? Quando digo casa, estou falando da casa dos nossos pais. Sabe aquele cuscuz feito de milho ralado, o café de coador, o doce de banana, e tantas outras guloseimas? Pois é, ultimamente ando procurando esses cheiros. Alguém aí se lembra do cheiro da cera parquetina que deixava o taco brilhando e a casa com ares de limpeza? Lá em casa era sagrado nas grandes festas da cidade alguém ser escalado para se ajoelhar pelo chão a fora besuntando o assoalho enquanto minha mãe deslizava a enceradeira deixando os círculos brilhantes proibidos de serem pisados. E do sabonete de alcatrão que todo mundo sabia que a gente tinha tomado banho?Quer lembrar outro cheiro? O do perfume Almíscar selvagem que só vendia no armarinho de José Correa Sobrinho. Mas voltando aos cheiros e sabores lá de casa, não consigo esquecer o sabor da galinha ao molho pardo! Ah! Aquele pernil bem assado que eu só ficava com a sobra porque Dom Coutinho, bispo de Estância se lambuzava em nome do Nosso Senhor. Que maravilha as comidinhas de Nanam: lombos e carne-frita, canjica, pamonha e tantos outros. Pois é como dizia o comercial: “O tempo passa o tempo voa”. Não posso esquecer também de Nanam xingando o leite derramado: “Leite é como gente safado, a gente não pode dar as costas”. Sábias palavras que serviram de ensinamento.
terça-feira, 13 de abril de 2010
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