terça-feira, 14 de outubro de 2008

ESTAÇÃO DA LESTE

Era difícil chegar até a velha estação. No final da Rua Filadelfo Dória existia uma estradinha de terra onde somente passavam pessoas a pé e após andar algum tempo e lá estava o que deveria ser a Estação da Leste, por aonde o progresso chegaria. Naquele lugar desolador encontramos somente vestígios deixados por mendigos. Em frente uma bela construção de pedras seria a casa do chefe da estação, algumas pessoas paupérrimas sentadas na porta como a estranhar aquele grupo de moleques. Resolvemos entrar no corte cavado pelos operários da ferrovia e caminhamos alguns quilômetros até encontrar as onze casas onde morariam os futuros empregados. Ali ficamos imaginando a beleza que seria ver o trem apitando na curva para chegar à estação. O tempo passou e certo dia resolvi compor uma música em homenagem à velha estação, que começa dizendo: “Quem ficou na estação esperando um dia o apito do trem... e a cansada esperança de uma viajem nos trilhos que vem.... foi o final de um apito estrada de ferro que nunca passou ou uma locomotiva Maria Fumaça soltando vapor” felizmente a velha estação é hoje uma creche a comandar os vagões da infância e da educação. Um belo exemplo de como o bem público pode ser aproveitado não importando o descaso cometido no passado.

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