Figuras estranhas ou socialmente deslocadas são comuns em todas as cidades. Aqui em Lagarto não seria diferente e tivemos também as nossas. Tonho Saruê e Zé Fogo eram nossos representantes. O primeiro um carroceiro e o segundo um faz tudo. Tonho Saruê eu conheci quando morava em uma construção inacabada na praça da quadra - hoje praça do forródromo -, lembro que ele prestava algum serviço ao hospital e fazia transporte de todo tipo de mercadoria em sua carroça. Sujeito de pouca conversa, aquele baixinho provocava medo na gurizada que achava ser ele um vampiro. O velho Zé fogo era um fanfarrão que vivia fazendo pequenos serviços do centro da cidade. Quando Lagarto ainda não possuía estação rodoviária e o ponto de ônibus ficava na esquina das ruas Laudelino Freire com Lupicínio Barros, o dito sujeito trabalhava como carregador de malas ou ficava perambulando atrás de algum trocado. A sua fama de gatuno era grande, entretanto não havia outra pessoa para prestar o serviço de carregador. Várias vezes era ele pego com a "mão-na-massa", em uma delas saiu carregando um lombo com a dona da casa correndo atrás dele com uma vassoura, noutra roubou um despertador que acabou tocando ainda dentro da casa da vítima, em mais uma quando estava levando um gato do dono do posto Esso, colocou o gato próximo ao radiador de um carro que trocava o óleo do motor e quando o motorista deu a partida o gato foi despedaçado. Finalmente o motivo da maior gozação contra o pobre Zé Fogo: Certa vez, o dito roubou um galo e assim como o despertador, ainda dentro da casa da vítima o danado do galo soltou o canto. Então, quando alguém queria gozar da cara dele, ou fazia o cocoricó do bicho ou perguntava: Zé Fogo, cadê o galo? Em resposta um palavrão: Tá no c... da mãe!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
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