quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

CARREIRA DA MOLÉSTIA

Certa feita Adonias me chamou para irmos ao sítio de seu avô "Didi", tirar caju. O dito sítio ficava próximo ao Pacheco e logo na frente tinha um tanque onde o velho mantinha alguns animais de criação. Ele foi entrando e chamando pelo avô, mas esse não respondeu. Então seguimos até os cajueiros que ficavam atrás de uma velha casa de taipa. Parece que aquela tarde não era boa para chupar caju. Logo desanimamos do passeio e resolvemos retornar para casa. Quando passávamos pelo arame que dividia o pomar do pasto da frente, eis que seu Didi pensado que nós éramos moleques roubando frutas começou a gritar e vindo em nossa direção com um facão em punho parecia que ia atacar-nos. Não conversamos, saímos correndo e ao contornar o tanque uma vaca se assustou e arremeteu contra nós. Aí foi que eu vi a situação ficar preta: de um lado o velho correndo e do outro o animal fazendo risco no chão. Não deu, outra nos enfiamos pelo arame farpado e num piscar de olho já estávamos do outro lado da cerca. Não sei se por gozação, ou não. Adonias ainda disse: “corre que vovô ta vindo e se descobrir que sou eu vai contar pra minha mãe”.

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