Certo dia pela manhã, um casal de Hippes se arranchou no palanque da praça. Vestidos com roupas de inspiração indiana e índio americano fabricavam artesanato de metal o que atraiu a curiosidade da garotada. Ela era uma moça muito bonita, loira de cabelos feitos longas tranças, possuía olhos azuis como um brilhante. O rapaz não sei bem seus traços devido à barba por fazer e o cabelo desregrado. Tocava violão e falava somente gírias incompreensíveis. Ficaram muitos dias ali sem que ninguém os importunassem. À noite vendiam seus badulaques o que lhes arranjava algum dinheiro. Por vezes pedia algum alimento aos moradores da vizinhança. Certo dia minha mãe falou para que ninguém se aproximasse deles porque eles fumavam maconha. Foi um espanto o que seria maconha, e ela explicou que era um cigarro que eles fumavam e todo mundo adormecia, assim podiam roubar as pessoas. Quando finalmente fiquei sabendo o verdadeiro efeito da eva passei a achar engraçado a forma infantil como minha mãe tentava esconder de nós os perigos do mundo. Durante minha adolescência não convivi com ninguém que consumisse a tal droga, fumava-se e bebia-se muito, mas desconheço alguém que tivesse utilizado tais produtos.
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