quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A CAIXA DÁGUA DESABOU

Era uma segunda-feira em plena matinê. A sala de projeção com um grande número de espectadores que assistiam atentos ao desenrolar da trama cinematográfica. O som da película vindo da boca do alto-falante que ficava atrás da tela sobressaía sobre qualquer outro. O cine Glória era um prédio enorme e sem conforto, milhares de cadeiras de madeira se espalhavam no grande espaço e mais a geral dividida pela sala de máquinas. Várias portas laterais e uns poucos ventiladores que só beneficiavam os que estavam próximos deles o que formavam núcleos quando não havia muitos espectadores. O sanitário masculino ficava num corredor do lado direito da entrada e somente os corajosos se aventuravam utilizá-lo devido a grande fedentina. A sua construção fora improvisada entre o muro e a parede interna do prédio e, na parte de cima foi construída a caixa d’água. Num momento qualquer do filme se ouviu um grande estrondo que não era da projeção e sem que alguém pudesse localizar a sua origem, todos saíram correndo imaginando que poderia ser o telhado do velho cinema desabando. Sapatos e sandálias se espalharam entre as cadeiras, gritos e corre-corre. Enquanto as pessoas se espremiam tentando sair pela catraca, alguém informou ter sido a caixa d’água que não suportando o volume da água rachou. Daí por diante ninguém conseguiu mais assistir o filme entre gargalhadas e risos assustados. Até o início dos anos oitenta Edinho manteve o prédio que em seu lugar foi construído o Bradesco. Depois ele edificou um outro ao lado de suas casa e hoje está desativado tambem.

Nenhum comentário: