quarta-feira, 26 de novembro de 2008

VELHOS CARNAVAIS

Nada de micaretas e axémusic, quem comandava o carnaval era o frevo pernambucano. Os dias que antecediam o carnaval era tempo de prender uma lata e um cordão de caroá untado em breu ao cubo da bicicleta e sair fazendo zoada pela cidade. Muitas vezes dezenas de garotos se reuniam e saiam pelas ruas. Máscaras e lanças de água, tinta e pó completavam a festa. Para os menores abastados, no domingo e terça-feira à tarde havia o baile infantil. Durante o dia os bares ficavam cheios, fobicas e charangas desfilando pelas ruas. As mocinhas correndo de cá para lá fazendo de conta que não queriam se sujar, mas na verdade buscavam que algum galanteador lambe-sujo chegasse perto e um novo casal estaria arrumado para o baile de logo à noite. Ao som dos clarins a banda de frevo anunciava o início do baile. A Atlética era pequena mais dava para a reduzida sociedade lagartense. Seu Bazinho e Seu Santinho Machado prendiam uma pequena toalha ao pescoço e no passo de ganso passavam toda à noite a circular o salão. Quando a manhã da quarta-feira de cinzas teimava em chegar era a hora da despedida e todos saiam pelas ruas catando o "tá chegando a hora". Teve um ano que todos os rapazes usaram macacões de frentistas de postos de gasolina o que terminou parecendo mais um baile operário. Aos poucos a influência da música baiana foi chegando e anunciando o nascimento do trio elétrico.

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