Eu estudava o primário no Grupo Sílvio Romero e o colégio ainda não possuía banda de fanfarra, apenas um tambor e duas marcações para guiar os estudantes, Seu Joãozinho gritava: marca o passo direito, pisa firme. Lá pra tantas os pés ardendo e sob o calor dos paralelepípedos o sincronismo já não era mais o mesmo. Quando cheguei à quarta série fui chamado para tocar uma das marcações. Meu irmão Deodoro tocava caixa no Laudelino Freire e observando-o aprendi. Cheio de empolgação comecei a treinar os outros dois colegas até que a diretora informou que tinha conseguido mais três instrumentos. Foi alegria total. No dia anterior ao desfile cada um levou seu instrumento para casa para a limpeza e ajustes. A farda dos alunos era a calça caqui de uso diário e camisa de tecido branca, foi aí que eu sugeri a turma fazer uma surpresa e colocar uma fita azul na lateral da calça. Todos combinamos uma da largura de dois dedos, mas não foi o que aconteceu: na hora do desfile aparece um dos músicos com uma de apenas um dedo. Acabei trocando tapas com ele e fomos para na secretaria. Era um garoto sarará que diversas vezes andamos nos estranhando. Como a colégio precisava dos nossos serviços fomos mandados de volta para puxar os pelotões e escapamos da suspensão. E lá fomos nós: pega, pega pra capá. Esse era o som dos instrumentos na interpretação da garotada.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
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